sábado, 5 de fevereiro de 2011

O tesão de uma voz

Antes dessa postagem, um minuto de silêncio em homenagem à beleza de Cisne Negro...


Hahaha, pronto. No post de hoje, que me encontrou enquanto eu tomava banho, vou falar sobre uma coisa que nos últimos 20 dias tomou uma parte boa e deliciosa do meu cotidiano: a voz. Não, não é a voz de um radialista nem de um desconhecido no chat line. E também não é tesão no sentido sexual. Quédizê, não só. Tesão as in tesão de você por você mesmo, de estar ali naquele lugar com aquelas pessoas exatas. Agora, assim, consigo pensar em 4 situações recentes de eargasm:

A primeira: é surpresa pra alguém? Dia 15 de Janeiro de 2011. Meia-noite. Amy Winehouse entra no palco. Olha, foi o dia mais cansativo da minha vida. Uma conta rápida por cima, 17h em pé, das quais 11h sem tomar água nem ir ao banheiro. Eu nunca soube tão bem o que é SEDE, CALOR e CANSAÇO. Em compensação, quando os backings anunciaram a entrada dela, eu saí de mim. Li-te-ral-men-te. Tanto que não lembro do show com exatidão, tudo que tenho são uns flashs e sensações. E muito choro. Lágrimas de estar perto de alguém que eu aguardava há 5 anos, lágrimas da beleza da noite de lua minguante e céu limpo envolta no som dela. De saber que eu ia vivenciar as músicas que ouvi tanto em noites de fossa, de términos, de porres. E a voz... Eu lembro que estava meio grogue após ouvir Back to Black (e chorado igual um retardado), Wake up alone (e levantar as mãos para a lua em 'moon spilling in' como se quisesse agarrá-la) e Heard love is blind (ao ter cantado com as vísceras 'i was thinking of you when I came' e ter me deparado com o cara gato da minha frente se virando e rindo pra (de?) mim). Tava lá...grogue.. Quando me assustei, maravilhado, com a voz marcante no início de Stagger Lee. Me arrepiei da cabeça aos pés e agradeci a quem quer que seja - se for você, deus- por eu poder estar ali naquela noite. Gozei.

A segunda: No começo do mês uma amiga saiu do país. Foi passar um tempo em Londres. E não é amiga do tipo colega, é amiga mesmo. Daquelas que te acorda à uma da tarde e te convence a se aprontar em uma hora e cruzar a cidade para encontrá-la numa mesa de bar e 'colocar os babados em dia'. Três vezes por semana, nas férias. Uma necessidade, praticamente. E então ela viaja e vocês perdem contato (pq se aqui ela já nao usava o computador, lá fora...). Bate aquela saudade, aquela necessidade de ver a pessoa. Falar merda, segredos, bater cabelo, encher a cara. E ela não tá aqui. Até que se passam uns 18 dias (sim, esse drama foi por causa de 18 looongos dias) e ela surge no skype. Online. Assim, do nada. E te liga! Te faz sentir 20kg a menos, mais leve, sem saudade, só com a primeira palavra dita: Um "Hiiii, you!" numa voz brincalhona seguida de uma gargalhada. E o papo de 3h pra tentar colocar os babados em dia foi inefável.

A terceira: Parecida com a de cima. Amigo fora do país. O melhor amigo, igualmente tenso. Mas nesse caso ele aparecia sempre na internet, mandava notícias. E foi por um tempo menor. No mesmo dia que voltou, marcamos todo mundo de nos encontrarmos no metrô, e a imagem dele se aproximando, com o sorriso anunciado mil histórias e presentes foi uma espécie de suspiro, um Aaah bem grande de alívio de tê-lo por perto novamente.

A quarta: Já devidamente acompanhado com o grupo do terceiro eargasm, na casa de uma amiga. Aliás, na mesma noite. Virando conhaque, entre amigos e gatos (3, dois muito brincalhões e um rebelde). Quando já estávamos no ponto, depois da garrafa quase vazia, alguém teve a ideia de colocar uma musica. Escolheram Gadu. E foi desse jeito, umas 7 da manhã, que todos deitaram numa cama de casal. Nós 5 e os 3 gatos (dos quais algum arranhou todo o meu rosto), com o sol esboçando uns raios na janela.  Uma epifania a 8. É o que foi aquilo.

Pra fechar o post, segue uma das música da Gadu que tocava naquele instante e que na hora me chamou a atenção por sua beleza:

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